domingo, 17 de janeiro de 2010
CHACHORRADA QUENTE
O que parecia ser uma sacada de humor das boas virou caso de crime eleitoral. Na quarta-feira, o site da coligação Paraná Forte, de Roberto Requião (PMDB), publicou foto do vendedor de cachorro-quente Francisco Wojiciechowski, em que ele exibia, na Boca Maldita, um cartaz feito a mão com a seguinte inscrição: “Não troque os bons dias pelo os ‘mar’ dias”. Convenhamos. A frase era genial. O trocadilho irreverente. A reportagem traduzia o viés saudável da disputa eleitoral. O problema era o Francisco.
Anteontem, advogados da coligação Paraná da Verdade, de Osmar Dias (PDT) entraram com uma representação na Justiça Eleitoral requerendo que o candidato Requião seja multado por utilizar funcionário comissionado na propaganda eleitoral.
Pasme, o “simpático” senhor, autor da frase genial, está lotado na Secretaria de Educação desde dezembro do ano passado, com um cargo comissionado de símbolo 1-C, que lhe dá direito a vencimentos mensais de cerca de R$ 1.700,00.
No momento em que se exibiu para a foto com o cartaz, Francisco, o vendedor de cachorro-quente, deveria estar cumprindo expediente na secretaria. Em vez disso, fez o papel de um comerciante livre, um eleitor desapegado aos ranços políticos, um bonachão como tantos que existem por aí.
O caso não é isolado. Imaginar personagens é uma especialidade dos marqueteiros requianistas. É célebre, na campanha de 90, o episódio do “Ferreirinha”, o matador de aluguel que teria sido contratado pela família Martinez para expulsar grileiros no Norte do Paraná. Uma ficção que só não custou o primeiro mandato de Requião no governo por conta da frouxidão da legislação eleitoral.
Claro que se deve aqui guardar as devidas proporções. Francisco está longe de se comparar a “Ferreirinha”, mas serve de esboço do que pode vir pela frente caso a disputa eleitoral mantenha o acirramento apontado nas pesquisas. Ok, de um lado ou de outro. Mas, em se tratando do staff de Requião, o passado o condena.
Alguém pode enxergar excesso de zelo no que deveria ser tratado como um deslize folclórico ou um pecadilho menor. Pois considere, o caro leitor, essa hipótese. Imagine que o Papai Noel que freqüentou a sua casa no último Natal tenha sido flagrado recentemente furtando objetos em uma loja. Parece pouca coisa. Ora, pode ter sido um momento de fraqueza. Mas certamente você hesitaria em contratá-lo novamente. É o caso do seu Francisco. Ele se passou por vendedor de cachorro quente quando é, na verdade, um funcionário público trambiqueiro a mando da campanha de Roberto Requião. Eu desconfiaria do seu Francisco. E do seu Roberto também.
FONTE: http://www.bemparana.com.br/index.php?n=4894&t=cachorrada-quente
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